Olá companheiros,
O planalto, pelas suas
características, foi ao longo dos anos um local estratégico-militar como
testemunha a Alcáçova muçulmana e conquistada por D. Afonso aos mouros, sob
orientação de Mem Ramires que em agradecimento pelo feito, doou uma parte da
mesma aos monges templários que ai construíram o convento de Sta.
Maria da Alcáçova, restando hoje apenas a igreja como testemunha, embora muito
diferente da traça original.
Através da
conquista permitiu que o planalto fosse crescendo e os nobres por ali se
fixassem. Fora de muros e ao longo de uma parte das muralhas e da estrada real
que ligava o planalto á zona ribeirinha, viu-se crescer e fixar a judiaria e os
seus serviços foram sendo utilizados pelas diferentes comunidades que ali
povoaram.
Foi palco de
fulgor da fé, em pleno séc. XVII, com o Santíssimo Milagre, que a tornou
capital do mundo eucarístico e lhe povoou de mosteiros as suas colinas e montes, foi berço de liberdades públicas.
A zona ribeirinha foi
sendo povoada por povos que se dedicavam a pesca, ao comércio e a Industria,
contribuindo para o desenvolvimento local e ao mesmo tempo usufruir e
beneficiar da proteção da cidadela.
Foi nesta área ribeirinha
que nasceram os dois núcleos urbanos que a constituem, Alfange e Seserigo,
atual Ribeira de Santarém cuja fundação é indissociável da presença e
influência Real à época e à mitologia cristã da cidade de Santarém, tendo vindo
a perder o seu prestígio ao longo dos tempos, mas que permanece no coração de
muitos
Alfange, vila piscatória,
habitada por uma população de fracos recursos, levava a que muitos dos seus
habitantes entregasse os seus filhos à comunidade franciscana a fim de
receberem instrução, tal como lembrado ao longo dos tempos pela Lenda dos dois
irmãos ou dos meninos de Alfange, assistiu a morte de D. Afonso, filho de D.
João II, marcando a devoção dos pescadores pela N. Sra. das Neves.
Ribeira de Santarém, um
bairro burguês a época, local onde passava a importante estrada real da Golegã,
cresceu a partir do séc. XIV, quando se deu o grande aumento do tráfego
fluvial e terrestre sendo o seu porto local de ancoragem dos barcos que
percorriam o Tejo entre Abrantes e Lisboa, fazendo do bairro um
local fundamental para o desenvolvimento da economia da cidade e um centro
vital nas comunicações do país. A sua importância e desenvolvimento económico e
comercial e a sua expansão Flúvio-marítima ia ao ponto do bairro adquirir, em
relação à cidade, uma independência relativa, materializada em centros próprios
de poder e numa organização particular.
Povo de grande devoção,
muito ligada a Santa Iria ou Irene (séc. VII-VIII), Virgem mártir e lendária,
perpetuada num pedestal de cal e areia revestido a pedra, junto à margem
direita do rio Tejo, cuja cidade, Santarém deve o seu nome. Em sua devoção,
foram erguidas duas igrejas, uma já inexistente e outra em ruínas albergando
uma imagem também lendária, entregue em sua devoção, Cristo de mont’irás.
Em homenagem a Sra. da Saúde por fé e oração, todos os anos, a primeiro de Agosto é realizada uma romaria e peregrinação de Santa Iria à Qta N. Sra. da Saúde, a sua origem remonta a época da epidemia da peste que assolou Portugal e que o povo pedia para não ser assolado pela mesma
É uma cidade cheia de
história, lendas e tradições. Muitos foram os feitos que encheram e enchem de
orgulho quem por aqui decidiu fazer morada, assim o nosso passeio por estes locais foi resgatar um pouco da história… foi o encantar-nos com o rústico, o antigo e
sobretudo com a devoção de um povo, absorvendo o significado de cada pedacinho
de chão que se pisa… Foi perceber que se está mesmo num local onde outrora, fez
de Santarém a Porta e capital do Ribatejo.
Permaneçam atentos que aos poucos dar-vos-e-mos a conhecer o muito que aprendemos.
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