8 de janeiro de 2013

caminho de fé

Olá companheiros,

Ao lançar um breve olhar sobre a cidade de Santarém, facilmente  percebemos de que a mesma se situa num planalto, tendo a seus pés uma zona ribeirinha, que se fixou ao longo do rio Tejo. É pela relação existente entre estas duas zonas que nós, os jovens do 6º ano de catequese, nos aventuramos, observamos e percebemos um pouco a originalidade desta cidade do Ribatejo ao longo dos tempos.

O planalto, pelas suas características, foi ao longo dos anos um local estratégico-militar como testemunha a Alcáçova muçulmana e conquistada por D. Afonso aos mouros, sob orientação de Mem Ramires que em agradecimento pelo feito, doou uma parte da mesma aos monges templários que ai construíram o convento de Sta. Maria da Alcáçova, restando hoje apenas a igreja como testemunha, embora muito diferente da traça original.
Através da conquista permitiu que o planalto fosse crescendo e os nobres por ali se fixassem. Fora de muros e ao longo de uma parte das muralhas e da estrada real que ligava o planalto á zona ribeirinha, viu-se crescer e fixar a judiaria e os seus serviços foram sendo utilizados pelas diferentes comunidades que ali povoaram.
Foi palco de fulgor da fé, em pleno séc. XVII, com o Santíssimo Milagre, que a tornou capital do mundo eucarístico e lhe povoou de mosteiros as suas colinas e montes, foi berço de liberdades públicas.
A zona ribeirinha foi sendo povoada por povos que se dedicavam a pesca, ao comércio e a Industria, contribuindo para o desenvolvimento local e ao mesmo tempo usufruir e beneficiar da proteção da cidadela.
Foi nesta área ribeirinha que nasceram os dois núcleos urbanos que a constituem, Alfange e Seserigo, atual Ribeira de Santarém cuja fundação é indissociável da presença e influência Real à época e à mitologia cristã da cidade de Santarém, tendo vindo a perder o seu prestígio ao longo dos tempos, mas que permanece no coração de muitos
Alfange, vila piscatória, habitada por uma população de fracos recursos, levava a que muitos dos seus habitantes entregasse os seus filhos à comunidade franciscana a fim de receberem instrução, tal como lembrado ao longo dos tempos pela Lenda dos dois irmãos ou dos meninos de Alfange, assistiu a morte de D. Afonso, filho de D. João II, marcando a devoção dos pescadores pela N. Sra. das Neves. 
Ribeira de Santarém, um bairro burguês a época, local onde passava a importante estrada real da Golegã, cresceu a partir do séc. XIV, quando se deu o grande aumento do tráfego fluvial e terrestre sendo o seu porto local de ancoragem dos barcos que percorriam o Tejo entre Abrantes e Lisboa, fazendo do bairro um local fundamental para o desenvolvimento da economia da cidade e um centro vital nas comunicações do país. A sua importância e desenvolvimento económico e comercial e a sua expansão Flúvio-marítima ia ao ponto do bairro adquirir, em relação à cidade, uma independência relativa, materializada em centros próprios de poder e numa organização particular.
Povo de grande devoção, muito ligada a Santa Iria ou Irene (séc. VII-VIII), Virgem mártir e lendária, perpetuada num pedestal de cal e areia revestido a pedra, junto à margem direita do rio Tejo, cuja cidade, Santarém deve o seu nome. Em sua devoção, foram erguidas duas igrejas, uma já inexistente e outra em ruínas  albergando uma imagem também lendária, entregue em sua devoção, Cristo de mont’irás.
Em homenagem a Sra. da Saúde  por fé e oração, todos os anos, a primeiro de Agosto é realizada uma romaria e peregrinação de Santa Iria à Qta N. Sra. da Saúde, a sua origem remonta a época da epidemia da peste que assolou Portugal e que o povo pedia para não ser assolado pela mesma
É uma cidade cheia de história, lendas e tradições. Muitos foram os feitos que encheram e enchem de orgulho quem por aqui decidiu fazer morada, assim o nosso passeio por estes locais foi resgatar um pouco da história…  foi o encantar-nos com o rústico, o antigo e sobretudo com a devoção de um povo, absorvendo o significado de cada pedacinho de chão que se pisa… Foi perceber que se está mesmo num local onde outrora, fez de Santarém a Porta e capital do Ribatejo.

Permaneçam atentos que aos poucos dar-vos-e-mos a conhecer o muito que aprendemos.

 

  

 

 

 

  

  

 


 

 

 

  


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