21 de setembro de 2013

Agradeço a Deus

Por estar vivo e com ele todos os dias
Pelos pais que tenho, que me dão carinho e amor
Pelo mundo
Pela catequese que reinicia
e pela Luz que tenho

Obrigado Jesus

J.

16 de setembro de 2013

Lenda da Pastorinha


Nos últimos anos do séc. XIII, reinando D. Dinis, havia uma gentil pastora que costumava ir apascentar o seu gado para terras de Mont’Irás, perto do local onde já então se erguia a capela dos Doze Apóstolos. Sucedeu que um cavaleiro de tronco nobre, D. Aires Mendes, começou a perseguir a donzela e a incitá-la ao pecado, ao que ela, fortemente se escusou com a jura de manter a virgindade intata até ao dia em que, perante o altar, celebrasse a sua boda.
Mas tão insistentes se fizeram os rogos do ardente moço que a tenacidade da moça começou a afrouxar, uma vez que, no fundo do seu coração, já estava presa de afeto pelo galanteador. E um dia em que a sua vontade se mostrava mais débil para manter a recusa, veio-lhe à mente propor ao cavaleiro que este, em frente da imagem do Cristo dos Apóstolos, fizesse a solene jura de que a desposaria em breve, ao que ele acedeu, jurando, na pequena capela, que a tomaria como esposa. Feito o juramento, a pastorinha entregou-se ao seu apaixonado, e juntos conheceram a força do mútuo afeto que os ligava.
Em breve o sedutor, possuído do fruto da paixão, esquecia a promessa jurada e o pecado em que incorrera com a que reputara de noiva. E sucedeu que o fruto dessa união se começou a desenhar, ficando a pastora comprometida aos olhos da família e das gentes do burgo, assim pejada e sem poder divulgar a origem da sua desgraça; os seus rogos insistentes, para que o cavaleiro tomasse a culpa da falta, eram por este negados, afirmando que nem sequer conhecia a pastora que dizia trazer nas entranhas, um fruto do seu amor. Como tudo se passara entre os dois, difícil se tornava à pobre acusada provar a origem do delito e a sua inocência. Assim a pastora chegava ao termo da gravidez, ferida na sua honra de mulher e com a reputação manchada.
Lembrou-se a pastorinha de solicitar dos juízes do burgo que, em presença da imagem do Cristo dos Apóstolos, o sedutor tivesse o ânimo de negar as relações que com ela mantivera. Reuniram-se na capela de S. Bento os juízes, a acusada e o sedutor, perante muita gente da terra e aí uma cena milagrosa se teria passado: quando a pastora, em choro confrangedor e fitando com devoção a imagem, inquiriu em voz alta se era ou não verdade que, no mesmo local, o cavaleiro lhe jurara amor eterno e a realização de um próximo consórcio, eis que o Cristo de Mont’Irás levantou o braço direito da cruz em que estava pregado, e em sinal de assentimento o deixou cair. Pasmam os presentes com o sucesso miraculoso, bendizem todos a imagem que assim dava testemunho da verdade, e ali mesmo o arrependido moço proclama as suas faltas passadas e jura a sua união com a pobre pastorinha